Tuesday, June 27, 2006

Gelo Espalhado

A fraqueza dos caminhos cai nas pedaladas do tempo. Roma ali tão perto e a roda aqui a florescer de escurecimento. Por onde se vira e rodopia, existe as chuvas de pedras que caem no uivo surdo da paisagem. Há certos momentos que os sons do silêncio, dos rasgos sem sentido, das palavras que não saem, dos gestos esquecidos nas asas depenadas, que gira em torno de obstáculos de vitrais fumados...Gelo espalhado pelo mar num barco desgovernado a bolhar, um olhar cada vez mais embalsamado, a montar tendas fragmentadas...Não há remos nesta transpiração, apenas um sono de barbas que não arranha as ilhas desertas. Todos os dias são dias iguais, sem mistura, sem o dom de haver fogos de artifícios. Puxo os cordéis de espuma, liberto fósseis e as velas rompem-se na brisa. Como é possível haver do monte de roma uma onda de telhados estagnados?...E do outro lado fazer a sobrevivência um corte, uma ajuda de fogo nos dedos da mão...A força da dança escondida no meu bolso a centenas de quilómetros de onde uma das minhas saudades fica parado nas penas a esvoaçar...Não consigo...Talvez...Tenho as mãos em gelo.
Matéria de sono adormecido, em que nas trepadeiras arrancadas não consigo olhar para o tecto. As questões de genes que pecam pelas deformações das cores e do seu substrato. O corpo pintado de ferrugem perfuma os pés paralisados a adocicar os paralelos do caminho. Não sei como os galhos conseguem fazer descair os remos das letras simples. Sei somente que os cabelos estão secos da inocência amaldiçoada.

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